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Pesquisas apontam que a saúde mental pode gerar doenças físicas

Especialista explica como o emocional pode afetar a saúde

É amplamente reconhecido que as emoções desempenham um papel significativo na saúde mental e no bem-estar. No entanto, pesquisas recentes têm mostrado cada vez mais que as emoções também podem ter um impacto direto na saúde física. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente (17/6) que pessoas com condições graves de saúde mental morrem, em média, de 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.

Estudos científicos demonstraram que há uma forte ligação entre as emoções e várias doenças físicas. O estresse crônico, por exemplo, pode afetar negativamente o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções e doenças. Quando a pessoa está sob estresse o corpo libera hormônios, como o cortisol, que podem ter efeitos prejudiciais em longo prazo, já que o aumento dos níveis deste hormônio no organismo pode levar a um maior risco de desenvolver hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e problemas metabólicos. Além disso, o estresse crônico também está associado à depressão, ansiedade e outras doenças da mente, que podem, inclusive, gerar uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, distúrbios gastrointestinais e distúrbios autoimunes, bem como problemas de pele.

O Psicólogo e Presidente da IBFT (Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas), Jair Soares, explica que há várias doenças físicas que podem ser desencadeadas ou agravadas por questões emocionais. “Enxaquecas e dores de cabeça crônicas, por exemplo, são frequentemente associadas ao estresse e à ansiedade. A fibromialgia é uma condição caracterizada por dores musculares e fadiga intensa e também está ligada a fatores emocionais, como traumas passados e estresse emocional”, alerta.  

As doenças emocionais, apesar de seu caráter de manifestação física (somatização), também podem apresentar sintomas psicológicos, que podem incluir ansiedade, irritabilidade, impaciência, fadiga, cansaço, tristeza, perda de prazer e falta de interesse em atividades diárias. No corpo, elas costumam aparecer onde há maior vulnerabilidade de acordo com cada organismo, podendo surgir em lugares como garganta, cabeça, estômago, intestino, músculo e região íntima. 

Ao presenciar relatos de pessoas com diversos problemas em seus atendimentos como psicólogo, como dores crônicas e doenças autoimunes geradas pelo emocional, o especialista Jair Soares desenvolveu um método denominado TRG – Terapia de Reprocessamento Generativo. Com a TRG, o indivíduo, ao procurar ajuda, busca entender onde está a raiz das suas dores emocionais não resolvidas, muitas delas responsáveis por doenças e sintomas físicos. “Uma vez que o cliente reestrutura a raiz dos problemas, os sintomas tendem a desaparecer. Doenças que os perseguiam há anos como fibromialgia, dores recorrentes de longo curso e dores de cabeça, como a enxaqueca, por exemplo, somem após o processo terapêutico. Os pacientes, então, se declaram curados dos sintomas”, explica Soares.

A TRG atualmente é praticada por mais de 30 mil terapeutas em todo o Brasil. A terapia não é voltada para o autoconhecimento apenas, mas, sim, para resultados que possam, de forma breve, transformar a vida de cada pessoa que procura por uma solução. Por meio dessa abordagem, vários casos foram tratados com sucesso. “O reprocessamento é realizado durante as sessões”, enfatiza o terapeuta, acrescentando: “tenho um relato de um cliente de 24 anos, que durante a sessão, no ciclo de reprocessamento, começou a reclamar de uma dor muito forte nas costas. Utilizando então a metodologia do protocolo, a TRG, pedi para que ele se concentrasse na dor e deixasse isso tomar conta dele, e a dor foi piorando, a ponto dele se contorcer, e em determinado momento ele abriu os olhos e disse que enquanto se concentrava na dor, veio em sua mente uma cena da mãe dele quebrando um cabo de vassoura nas suas costas quando ele tinha 5 anos de idade, e essa dor que ele sentia era frequente. Ou seja, essa dor era uma dor crônica ou recorrente que não tinha causa física como, por exemplo, dores musculares e nervosas. Tinha uma causa emocional, que foi disparada no passado, na sua infância. E, então, reprocessamos a ponto de zerar a dor que, provavelmente, não voltará mais. A lógica desse método é resolver o problema, porém, não trabalhando a dor em si, mas a raiz dela”

A compreensão da relação entre o emocional e as doenças físicas é um campo em constante evolução. Embora ainda tenha muito a ser descoberto, as pesquisas atuais indicam claramente que as emoções podem desempenhar um papel fundamental na saúde física. Quando a somatização evolui e os problemas emocionais começam a afetar a saúde do corpo, é preciso buscar ajuda profissional para controlar os sintomas. Ao sentir que algo não está indo bem, seja no corpo ou na mente, procure um médico para investigar as causas dos sintomas, sejam eles de motivação física ou emocional. Capriche no autocuidado através de bons hábitos diários, fique atento aos sinais do corpo e da mente e esteja com a terapia em dia.

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