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Menopausa e reposição hormonal: o que as mulheres precisam saber

O ginecologista Walter Pace: “no entanto, é possível devolver à mulher esses atributos naturais e possibilitar que os sintomas gerados por essa nova situação sejam amenizados”.

Menopausa, hormônios, reposição hormonal, são termos muito pesquisados pelas mulheres a partir dos 40 anos. São muitas as dúvidas nessa faixa da vida, antevendo questões de saúde que são da maior importância, principalmente para a mulher moderna, pois, hoje em dia, todas elas estão inseridas no mercado de trabalho, nas mais diversas profissões, muitas vezes em cargos de chefia, e, assim, qualquer problema de saúde é um sinal de alerta.

A menopausa é o nome dado à última menstruação que, geralmente, acontece entre 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher. É a partir desse período que muitas mulheres pensam com mais objetividade na reposição hormonal.

A reposição hormonal é vilã ou amiga da mulher moderna? A pergunta foi feita ao ginecologista Walter Pace, Professor Doutor de Ginecologia e Coordenador Geral do Curso da Pós-Graduação de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Para ele, “antes de qualquer coisa é preciso entender o conceito da palavra hormônio. Segundo o dicionário Houaiss, “é uma molécula produzida por glândulas endócrinas ou células especializadas e secretada em pequenas quantidades na corrente sanguínea, exercendo um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo”, ou seja, “hormônios são substâncias produzidas pelo nosso próprio organismo e não são remédios”.

Assim, como o nosso corpo tem uma vida útil determinada, com os hormônios não acontece diferente, principalmente para as mulheres, explica o médico, pontuando que, “dessa forma é natural que, com os anos, haja uma queda na produção dessas substâncias. Isso acontece quando a mulher entra na menopausa, fase da vida em que os ovários deixam de ser aptos a produzir adequadamente os hormônios esteroides tais como: o estrogênio e a testosterona, hormônios que desempenham importantes papéis em sua vida”. Como consequência, acrescenta o Dr. Walter, além de não poder mais engravidar, a mulher passa a apresentar sintomas característicos que estão intimamente ligados à falta desses hormônios, como onda de calor, mal-estar, irritabilidade, baixa da libido, vitalidade da pele, cabelo, unha e ondas de calor. “No entanto, é possível devolver à mulher esses atributos naturais e possibilitar que os sintomas gerados por essa nova situação sejam amenizados através da terapia de reposição hormonal, que visa repor os hormônios que a mulher deixa de produzir depois de um determinado tempo de vida.

Este tratamento pode ser feito de várias formas. Atualmente, têm sido empregados os hormônios idênticos àqueles produzidos pelo organismo feminino e que, por via periférica (subcutâneo, pele etc.), através de implantes e cremes hormonais, funcionam como o próprio ovário. Essa ação faz com que os sintomas causados pela falta dessas substâncias sejam tratados. Mas cada caso tem sua peculiaridade. “Por esse motivo, o tratamento precisa ser feito de acordo com as necessidades de cada paciente”.

Estima se que a maioria das mulheres que estão na menopausa, ou passaram por ela, tem necessidade de fazer a reposição hormonal com estrogênio para manter a harmonização do organismo. Esse benefício pode ser comprovado por meio de vários estudos.

De acordo com o ginecologista, “O Womens’s Health Initiative (WHI), patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde e Sociedade de Menopausa dos Estados Unidos, verificou, numa análise inicial, que o emprego do estrogênio com progesterona aumentaria a incidência de câncer de mama. Entretanto, em uma análise realizada posteriormente, constatou-se que o emprego isolado do estrogênio, contrariamente ao verificado previamente, reduziu o câncer da mama. Na atualidade é certo que a terapêutica hormonal é uma grande aliada da mulher, quando não existem contraindicações, através de um tratamento mais fisiológico e individualizado”, conclui.

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